domingo, 8 de março de 2009

a nostalgia da infância...

Porque esqueci quem fui quando criança?
Porque deslembra quem então era eu?
Porque não há nenhuma semelhança
Entre quem sou e fui?
A criança que fui vive ou morreu?
Sou outro? Veio um outro em mim viver?
A vida, que em mim flui, em que é que flui?
Houve em mim várias almas sucessivas
Ou sou um só inconsciente ser?

Fernando Pessoa Ortónimo

Todos nós com o passar do tempo acabamos por esquecer a criança que em tempos fomos, os castelos que construimos na areia com o maior dos cuidados já não são importantes, as possas de água por onde chapinhamos já nos dão pelo joelho e não dá mais para brincar lá, e acima de tudo as preocupações e opções de vida começam a ser outras. O nosso quotiano torna-se em rotinas impossiveis de quebrar, e as escolhas para o futuro são bastante importantes para sequer perdermos tempo a pensar no passado e na criança que fomos e na felicidade que transbordava dos nossos olhos nessa idade. Quando me lembro de mim criança, lembro-me quase sempre juntamente com a minha irmã, e as gargalhadas são muitas, os risos, as histórias, todos os natais as histórias se repetem mas é como se estivessem a ser ouvidas pela primeira vez. Fecho os olhos e mergulho naquelas memórias boas, que hoje me fazem ser quem sou, e não importa quem não gosta, importa sim quem gosta e de quem eu gosto. A nostalgia da infância é um sonho, uma mão que nos passam na cara para nos dar um miminho nos faz lembrar a nossa mãe quando tinhamos pesadelos e não conseguimos mais adormecer sem ser na cama dos "papás" rodeados de miminhos. Um sonho que ninguém se importa de viver, desde que a infância seja tão iluminada como os sonhos são, uma luz igual á luz da lua reflectida em todos os lagos do mundo. A luz da infância reflectida em todos os nossos dias que são rotinas que não têm fim á vista trás-nos um brilho ao nosso sorriso.
Domingo, 8 de Março de 2009

Um comentário:

Anônimo disse...

"traz-nos"